Em reunião extraordinária neste domingo (19), o diretório municipal do PSOL em Manaus aprovou por unanimidade o nome do presidente municipal Jonas Araújo, para representar o partido na disputa à prefeitura municipal de Manaus e o arco de aliança de esquerda envolvendo o PT, PCB, PSTU, Rede, PSB e PCdoB.
Acompanhe o documento na íntegra, logo abaixo.
TÁTICA ELEITORAL DO PSOL - MANAUS
A conjuntura política do país tem modificado seu panorama de forma rápida e dinämica. No entanto, o elemento da escalada da extrema-direita tem se mantido constante em todos os cenários. Isso nos impõe a tarefa fundamental de analisar o quadro e efetivar uma tática eleitoral que possa apresentar um projeto de esquerda viável e autêntico para Manaus.
Analisando esse quadro, entendemos que o PSOL tem papel fundamental na articulação de uma frente de esquerda que possa enfrentar os grupos de direita que irão concorrer à prefeitura de Manaus. Por isso, defendemos a articulação de uma composição que envolva PCB, PSTU, PT, PSB, Rede e PC do B. Ou seja, tornar real e efetiva uma estratégia eleitoral capaz de derrotar a velha oligarquia na capital amazonense.
Realizar essa missão não será tarefa fácil. Para construir esse caminho, temos desafios internos na esquerda e externos que precisaremos enfrentar. Entre os desafios internos, a questão prioritária é impedir a ascensão de figuras infiltradas, ou seja, personagens políticos que estão filiados em partidos de esquerda que atuam sob as ordens de caciques políticos da direita local.
O segundo desafio interno no campo de esquerda será construir um programa capaz de dar liga a esse conjunto de siglas políticas com perspectivas políticas ideológicas diversas. Para isso, será necessário um amplo debate entre as direções partidárias capaz de alinhar uma plataforma programática e horizontal. Não podemos abrir mão de uma construção ampla desse processo.
O terceiro desafio interno, consiste em dar visibilidade para as candidaturas proporcionais de cada partido. A legislação eleitoral mudou e a coligação somente é possível para o cargo majoritário, em outras palavras, os partidos que não possuírem candidatura própria ao executivo terão naturalmente uma redução de visibilidade durante o pleito. Cabe, assim, a elaboração de estratégias concretas que possam minimizar essa questão.
O quarto desafio interno, consiste na escolha da chapa majoritária. As pesquisas apontam as candidaturas de José Ricardo(PT) e Serafim Correa(PSB) com a maior densidade eleitoral no campo da esquerda. Nesse aspecto temos elementos importantes para debater. A direção nacional do PT interveio na direção local e oficializou o José Ricardo como candidato à prefeitura, que por sua vez, já se pronunciou favorável a construção de um bloco de esquerda. Já o PSB não sinalizou quem irá indicar para a disputa. O PC do B já declarou publicamente seu interesse em uma frente ampla para além dos partidos de esquerda. O PCB e o PSTU fazem a leitura de que além do pleito eleitoral é necessário derrotar o bolsonarismo nas lutas sociais. Nesse cenário, entendemos que o PSOL deve disputar espaço e reivindicar a efetivação do bloco de esquerda inclusive, pleiteando a candidatura a vice-prefeito.
Entre os desafios externos, identificamos o fato do crescimento exponencial de eleitores seguidores do fascismo em ascensão e da velha política oligárquica que apresenta Amazonino em primeiro lugar das pesquisas. Apresentar um projeto de esquerda em um cenário como esse exigirá dessa esquerda um diálogo direto com as necessidades populares e uma atuação constante nas periferias da cidade de Manaus.
Por fim, é sempre importante ressaltar que, ao falar de eleição, não queremos tomar esse tópico como um fim em si. Ao contrário disso, entendemos que o Psol precisa utilizar as eleições para construir lutas e amplificar na sociedade pautas comumente invisibilizadas, tal como a de mulheres, negras e negros, LGBT+, indígenas, quilombolas e demais grupos historicamente alijados dos espaços de poder social e institucional.
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